Evite a generalização, a eliminação e a distorção da sua comunicação. Além de fazer parte da boa conduta do marketing pessoal, você poderá eliminar problemas, ter clareza mental e aumentar seu mapa em relação às soluções e possibilidades. Ou seja, quanto mais específico você for em relação a alguma informação, menos problema você terá e mais saudável e brilhante serão suas relações interpessoais e sua rede de networking.
Diversas áreas da ciência propõem, de suas maneiras, uma comunicação baseada na investigação e na clareza. No jornalismo, por exemplo, chama-se de investigação e na PNL (Programação Neurolinguística), existe uma ferramenta chamada Metamodelo, que fala especificamente da generalização, eliminação e distorção.
Analise a seguinte expressão: “Está complicado, viu”. A frase está sem sujeito. “O que está complicado, em qual circunstância”? Ou, “Todo político é ladrão”, que é a frase formatada com um quantificador universal (todos, ninguém, nenhum, algum, nada...) “Você conhece todos os políticos? ”. As frases formatadas com quantificadores universais sinalizam uma mentalidade limitada. Ou, “Ele é desonesto”. Tudo bem, mas quais as evidências que você pode garantir que o qualifica dessa forma?
Às vezes, a generalização na linguagem está relacionada ao condicionamento de uma situação, baseada em outra situação. Por exemplo: “Meu cliente não gostou da minha proposta, ele não retornou o contato”. Ele só tem esse motivo por não ter retornado o contato? Todas as vezes que você não retorna o contato é porque você não gostou?
A eliminação é um fator que também pode prejudicar muito a cognição da sua comunicação. Uma das formas de eliminação é a comparação. “Isso é melhor que aquilo. Ela é melhor que ele”. Melhor em relação a que?
Os operadores modais também são traiçoeiros quando falamos de eliminação na nossa linguagem. Tenho, devo, deve, pode, precisa, não é possível, é possível, é incapaz, enfim. Quais são as evidências de que você tem que, necessita, precisa, deve? Quais são as regras, os padrões que você está seguindo em relação à realidade contextualizada, com os detalhes e evidências necessárias para afirmar o que deve, necessita, pode?
A distorção também tem causado muita guerra por aí. A transformação de um processo em um evento concluído é um dos exemplos de distorção. Por exemplo, “Você é incapaz de compreender”. Se nada na vida é definitivo, você pode transformar em “Você está sendo incapaz de compreender”.
Ou, quem nunca brincou de ‘Mãe Dinah’ por aí e achou que podia adivinhar o que as pessoas pensam ou sentem? Essa é uma nova forma de distorção. Por exemplo, “Ela não está interessada”. Como, especificamente, você sabe que ela não está interessada?
Enfim, o que não falta são formas de generalizarmos, eliminarmos e distorcermos nossa linguagem e, acredite, se nos atentarmos mais para essas regras de boa linguagem enriqueceremos ainda muito mais nosso mapa e, principalmente, nossas relações interpessoais e networking.